terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Crítica: Percy Jackson & Os Olimpianos - O Ladrão de Raios



Bom dia, Boa tarde, Boa noite!

Venho falar do filme que chega anunciando uma nova saga de jovens em aventuras fantásticas.
Estou fazendo esse post enquanto está fresco em minha mente este filme. O Ladrão de Raios, filme adaptado do livro escrito por Rick Riordan, com a direção de Chris Columbus estreou dia 12 de fevereiro de 2010.

O filme vem com força e tem em sua alma toda uma necessidade de se diferenciar de Harry Potter, coisa que até então nosso caro Columbus conseguiu. Isso tem seu lado bom e tem seu lado ruim.

O filme já começa em frenesi, tudo vai sendo jogado e as coisas vão acontecendo dinamicamente, sem explicar detalhes. O filme é pura adrenalina, mas isso causa um certo desleixo com relação aos diálogos e a história em si. Todo o lado mais relacionado a magia, feitiço e profecia foi retirado, sempre com a preocupação de ficar diferente de Harry Potter. Isso não afetou apenas os detalhes da história mas os personagens também.


Grover deixou de ser ruivo e bobo para não parecer com o Rony, Annabeth deixou de ser loira de cabelos ondulados cdf para não parecer com a Hermione.
Isso é bom? Sim, realmente os arquétipos que o escritor criou eram muito próximos aos de harry potter, porém houve muita mudança em suas características psicológicas, ambições e importância na história.

Personagens como Clarisse e os irmãos Stoll sequer fazem ponta. Annabeth é uma garota violenta e que quer aventura, ou seja ela não tem nada da personagem do livro. Apesar de Annabeth ter uma certa raivinha do Percy por causa da relação que tem seus pais, ela não chega ao ponto de ser agressiva como no filme. Já o Grover tenho que dar os parabéns, ficou um ótimo alívio cômico. Na verdade sobrou quase nada do personagem do livro, ele simplesmente se tornou um sátiro negro com um quê de tímido porém pervertido. Um personagem que ficou apagado foi Luke, que além de não possuir a cicatriz muito louca, ficou apagado na história com relação a amizade dele com Percy.

E é agora que entro no maior pecado do filme. Eles simplesmente tiraram tudo que dava profundidade e sustentação à história. Os personagens simplesmente não possuíam passado algum, Grover, Annabeth e Luke não se conheciam e sequer foi citado o carvalho que protegia o local. Columbus simplesmente pecou em limar tudo que se tratava da personalidade dos personagens. Eles ficaram rasos, sem história e sem nenhuma interação emocional entre si.

Muito aliás foi cortado no filme, personagens que no livro tem importância vital, personagens como Ares, Dionísio, e até mesmo o vilão principal que liga todos os livros. Sem revelar quem é e o que ele quer já digo mais um erro absurdo do filme: Ele não se importou em deixar pontas soltas para estimular um próximo filme. Pontas necessárias caso ele queria adaptar os quatro outros livros da série. Mudaram o fim para o filme se encerrar e se concretizar nas 2hs de filme.

Cheguei até aqui e percebi que estava esquecendo simplesmente do personagem principal, Percy é um garoto que vai mal na escola por causa da dislexia e pelo déficit de atenção. É um garoto marrento e normal, aquele que vai levando a escola do jeito que pode. Apesar de todo o resto com relação a isso o diretor foi bem fiel, tanto com relação às dificuldades de aprendizado dele quanto a relação que ele tem com o padrasto.

Muito legal também é o começo do filme, e o modo como ele lida com toda aquela loucura, e muito engraçado por sinal.


Agora falando das qualidades do filme posso citar todas cenas de ação e comédia, o que resume o filme inteiro. Ele se preocupou em alegrar aos infantos, com uma ação bem humorada. E que ação! Ver Grover lutando com as muletas, ou as lutas de espada e o uso dos poderes dos personagens é incrível. A maioria dos efeitos são incríveis, tirando uma cena ou outra. A cenografia foi muito bela e bem montada. Os figurinos ficaram muito legais, a não ser os deuses que acho que poderiam ter mais pompa.

O que posso dizer do filme no geral então? Simplesmente eletrizante e divertidíssimo, o que atrapalha é simplesmente o fato de tê-lo lido. Ou seja ele jogou fora tudo do livro e fez um filme que continha os mesmos(nem todos) personagens. É um ótimo filme para se divertir, mas muito raso, raso até demais e deixa muita coisa sem explicação.

Ou seja, se ele tivesse dado mais valor para a história, levado o livro um pouco mais a sério e dado mais consideração e respeito à história do autor teria ficado perfeito. E foi justamente por um fator que não necessita de investimento ou muito trabalho que ele errou feio. Ser mais fiel a obra.



Destaque para diálogo:

"Você prefere que pareça assim!"(transformação diabólica)

"Ah! Não, não, pode ficar com o visual Zé ramalho mesmo fica mais bonito."


Foi um show de tradução! Comicasso!